A crise e o comércio: como os trabalhadores são afetados
A crise e o comércio: como os trabalhadores são afetados
Geralda Godinho Sales, secretária-adjunta de administração e finanças da ContracsPor Geralda Godinho Sales, secretária-adjunta de administração e finanças da Contracs.
Se a crise mundial provoca queda no investimento, eleva o nível de incertezas e impacta todas as economias do mundo, no Brasil, a crise econômica gerada pela adoção de medidas de ajuste fiscal e elevação das taxas de juros soma-se a crise política, agravando ainda mais o quadro nacional e afetando diretamente o crescimento econômico, o emprego, a renda e a confiança dos consumidores e da população.
Após dez anos em queda, o desemprego voltou a subir chegando a 6,8% em 2015 – patamar que não atingia desde 2009 (8,1%) e maior do que a taxa registada em 2014 (4,8%).
Enquanto o desemprego sobe, a renda desce. Pela primeira vez em dez anos de ganhos sucessivos, a renda média do trabalhador caiu 3,7% em relação a 2014. E este fato se deve a combinação do desemprego com a alta inflação. Somente no Distrito Federal, o rendimento médio real declinou 0,5%.
Os impactos no comércio
Com o aumento do desemprego, a queda no rendimento, as altas taxas de juros, a queda na confiança dos consumidores e crise econômica brasileira e mundial, o comércio sentiu os impactos principalmente nos setores afetados pela elevação dos juros e pela alta de preços como supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumos; livros, jornais, revistas e papelarias; combustíveis e lubrificantes.
No entanto, o comércio varejista teve crescimentos seguidos em outubro e novembro de 2015.
Considerando todo o varejo, em 2015 as vendas caíram 4,3% em comparação a 2014 segundo o IBGE. Somente em dezembro, o recuo foi de 2,7% em relação ao mês anterior e 7,1% em relação a dezembro de 2014.
O setor do comércio é extremamente suscetível às oscilações sazonais e, em uma conjuntura de crise, as variações podem ser ainda maiores, pois o consumo cai ainda mais impactado por um cenário que não se mostra favorável.
A mídia tem seu papel de potencializar as notícias da crise econômica e política brasileira, desaquecendo ainda mais a economia e fazendo com que a confiança do consumidor e a intenção no consumo caiam ainda mais.
No entanto, os maiores impactos da crise são sentidos especialmente pelos trabalhadores/as que tem vivido não só em um ambiente de incertezas quanto à sua estabilidade empregatícia quanto pela queda de seus rendimentos, especialmente para os trabalhadores/as do comércio que tem seu rendimento mediado por comissões e ganhos extras com as vendas realizadas.
Se a instabilidade econômica e política existem, é preciso que o Governo adote medidas que invertam a lógica da crise atual através de políticas que propiciem a geração de emprego e renda para que haja a retomada do crescimento. A Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs/CUT) apoia o Compromisso pelo Desenvolvimento criado pela CUT com as demais centrais sindicais e acredita nas propostas que pretendem mudar a agenda do Brasil como o financiamento a longo prazo via BNDES, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil; o acordo de leniência; manutenção dos investimentos da Petrobras; retomada das obras de infraestrutura e políticas setoriais de desenvolvimento. Somente com a inversão da lógica econômica é que poderemos sair da crise, retomar o crescimento e acreditar em um Brasil justo e com redistribuição de renda.
fonte: FECESC/ CONTRACS
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